Sejam bem vindos a ultima parte do Especial Jack, o Estripador.. Hoje mostraremos uma entrevista com um especialista sobre o caso e iremos revelar o rosto de Jack de acordo com especialistas modernos.
Entrevista com Trevor Marriott
A entrevista a seguir foi extraída do site Terra noticias
Ex-detetive da divisão de homicídios da Metropolitan Police, Trevor Marriott passou a estudar o caso de Jack, o Estripador mais de um século depois, em 2002.
Sem contar com muitos dos documentos originais e fontes da época, ele aplicou ao caso uma abordagem que chamou de “investigação do século 21”. Contatou fontes antigas, foi ao tribunal requerer acesso a documentos da polícia, reuniu irregularidades na coleção de provas e suspeitos do passado, apontou sua hipótese de que os órgãos das vítimas não eram removidos pelo assassino, colocou em cheque a lista de cinco vítimas consideradas genuínas até então e indicou o marinheiro mercante Carl Feigenbaum como seu principal suspeito.
Confira a entrevista exclusiva com o especialista em Jack, o Estripador:
Pergunta – Até recentemente, a grande pergunta era "Quem foi Jack, o Estripador?". Agora, de acordo com suas investigações, a verdadeira questão mudou para "Será que Jack existiu mesmo?". Como você chegou à conclusão de que dois dos cinco assassinatos podem não ter sido cometidos pela mesma pessoa?
Trevor Marriott – Quando comecei minha re-investigação sobre esse mistério, em 2002, logo ficou claro para mim que os fatos que cercam esse caso foram totalmente distorcidos nos últimos 125 anos, pela imprensa, televisão, mídia e muitos autores que publicaram livros sobre esse mistério, a um ponto em que o público em geral foi totalmente induzido ao erro com as informações passadas.
Para perceber isso, basta observar as vítimas. Os fatos aceitos apontam que o assassino que ficou conhecido como Jack, o Estripador teria assassinado cinco (e apenas cinco) prostitutas em Whitechapel entre agosto e novembro de 1888. Isso não está correto. Houve outros assassinatos antes e depois dessas cinco vítimas até 1891. Todos estão documentados em arquivos oficiais da polícia como sendo parte dos Whitechapel Murders ("assassinatos de Whitechapel").
Analisando os cinco assassinatos sob uma perspectiva profissional, pode-se sugerir que dois dos cinco assassinatos não foram cometidos pelo mesmo assassino. Estes são o de Elizabeth Stride e Mary Kelly.
No que diz respeito a todas as vítimas e a maneira pela qual elas foram mortas, o fato de elas terem as gargantas cortadas não as liga necessariamente em um mesmo caso. No período vitoriana, o método mais comum de assassinato era cortar as gargantas, diferente dos tempos modernos, quando mais pessoas morrem em decorrência de punhaladas de faca.
Pergunta – O especialista Donald Rumbelow diz que as taxas de homicídio em East London nunca foram tão elevadas quanto em 1888. Se esses assassinatos não foram cometidos por uma única pessoa, como se pode explicar os assassinatos?
Marriott – Ser capaz de mostrar que o assassino conhecido como Jack, o Estripador não matou todas as vítimas que lhe são atribuídas causa um grande problema a esse mistério do estripador e ao mito que o cerca.
Pergunta – Dezenas de livros foram publicados e diversas investigações independentes foram realizadas nas últimas décadas. Há quantos anos você pesquisa o caso e por que se interessou pelo assunto? O que o leva a pensar que poderá elucidar a investigação depois de tanto tempo?
Marriott – Se você olhar para o conteúdo dos documentários e filmes, vai ver que todos eles são formulados com a mesma crença. Todos indicam que o assassino matou cinco prostitutas, removeu seus órgãos na cena do crime e devia ser alguém da profissão médica.
Acredito que sou um dos muito poucos investigadores profissionais com experiência em investigação de assassinatos que estudou esse caso com grande detalhamento. Mas há muitos pesquisadores em todo o mundo que não vão aceitar fatos novos e novas evidências.
Resumindo, o mistério do Estripador virou uma indústria. Basta olhar esses tours que operam no leste de Londres diariamente para os turistas que visitam a cidade. Se subitamente o mito de Jack, o Estripador fosse destruído, todos eles teriam um fim abrupto.
Pergunta – Qual foi o papel da mídia no caso de Jack, o Estripador?
Marriott – A imprensa em 1888 foi a responsável por manter vivo o mito conhecido hoje como Jack, o Estripador. O nome (“Jack The Ripper”, em inglês) surgiu a partir de uma carta enviada para uma agência de notícias e assinada com esse pseudônimo. A partir de então, o mito de Jack, o Estripador foi criado.
Naquele ano, a polícia recebeu centenas de cartas assinadas como Jack, o Estripador. Mas a polícia em 1888 muito raramente se referia a ele como Jack, o Estripador, preferindo referir-se a ele como o Assassino de Whitechapel. A razão para isso é que a polícia acreditava que essa primeira carta que iniciou o fenômeno Jack, o Estripador foi enviada para a agência de notícias por um repórter de nome Thomas Bulling. Há ocorrências nos arquivos da polícia que confirmam o fato de que a polícia suspeitava que a carta havia sido escrita por um membro da imprensa. No que concerne às cartas, não acredito que nenhuma delas tenha sido escrita e enviada pelo assassino.
Pergunta – Você tem um suspeito principal?
Marriott – Nos últimos 125 anos, não houve nenhuma evidência direta que aponte o assassino ou assassinos de nenhuma dessas vítimas. Mas eu descobri um novo suspeito, um mercador alemão de nome Carl Feigenbaum.
Ele cometeu um crime parecido com os do Estripador em Nova York em 1894 (seis anos depois dos assassinatos de Whitechapel) e foi então executado por esse crime. Investigações revelaram que ele era empregado como marinheiro mercante, trabalhando em embarcações que navegavam entre Alemanha e Londres na época dos assassinatos. Os intervalos entre os assassinatos sugerem que eles possam ter sido cometidos por um viajante.
Investigando Feigenbaum, eu descobri crimes semelhantes aos do Estripador na Alemanha e nos Estados Unidos após o fim dos assassinatos de Whitechapel. Feigenbaum trabalhava em um transatlântico que fazia rota entre Alemanha e Estados Unidos nesse período. Se Feigenbaum foi responsável por todos os assassinatos de Whitechapel, não posso dizer. Mas ele não pode ser descartado de ter algum envolvimento em alguns deles ou todos eles, e em minha opinião deve ser considerado um dos principais suspeitos.
Pergunta – Como você chegou à conclusão de que o assassino não removia os órgãos das vítimas?
Marriott – Não acredito que o assassino possa ter removido os órgãos na cena do crime, devido à luz disponível, à condição dos corpos e ao tempo que havia. Reuni uma equipe de especialistas médicos e nós conduzimos uma série de experimentos para provar isso. A resposta foi unânime: todos os especialistas concordaram comigo. A explicação lógica é que os órgãos foram removidos dos corpos no mortuário, antes do exame conduzido por médicos da polícia.
Pergunta – A polícia errou em suas investigações iniciais?
Marriott – A polícia em 1888 fez o melhor que pôde naquelas circunstâncias com o conhecimento que tinha e a expertise disponível. Eles nunca haviam lidado com um serial killer dessa magnitude antes. Eu acredito que eles estavam mal equipados e mal orientados por oficiais seniores. É um fato que em 1888 a maioria dos oficiais mais graduados da Scotland Yard foram selecionados para o serviço da polícia vindos das forças militares, e não tinham experiência. Se os oficiais no topo do comando eram inexperientes, como os agentes menos graduados poderiam operar corretamente?
Sendo crítico e realçando erros que eles possam ter cometido, posso lembrar o caso envolvendo Carl Feigenbaum, que mencionei previamente. Se 125 anos depois eu posso identificar a probabilidade de o assassino ser um marinheiro mercante, considerando o fato de que havia duas docas bem perto de Whitechapel, então eu acho que a polícia deveria ter identificado essa linha de investigação naquela época. Se o tivessem feito, talvez estivessem em melhor posição para identificar e prender Carl Feigenbaum naquela período inicial.
Pergunta – A investigação seria diferente nos dias de hoje?
Marriott – Se os atuais métodos científicos e a experiência de investigação dos oficiais estivesse disponível em 1888, tenho certeza que o assassino teria sido capturado. Atualmente, não aparecem serial killers em tão larga escala como 30 anos atrás. Isso é porque a tecnologia moderna, os métodos científicos modernos e a experiência dos investigadores foram muito aprimorados. Assassinos são capturados muito antes de se transformarem em serial killers.
Pergunta – Você acredita que algum dia ainda saberemos com certeza quem foi Jack, o Estripador, e o que exatamente ele fez?
Marriott – A passagem do tempo não foi gentil comigo ao tentar conduzir uma re-ivenstigação de um caso de 125 anos atrás. Mas eu permaneço um eterno otimista de que talvez um dia, em um futuro não tão distante, o pedaço final desse quebra-cabeça possa aparecer ou alguém que traga documentos de 1888 com respostas para as perguntas que ainda cercam este mistério.
O Rosto de Jack
Há exatos 123 anos, Jack, o estripador fez a sua primeira vítima. Mas quem era este assassino em série? Um novo retrato falado computadorizado pela primeira vez deu um rosto a um dos principais suspeitos de ter sido o criminoso, o alemão Carl Feigenbaum.
Os crimes de Jack, o estripador, constituem os mais célebres crimes não solucionados da história. A identidade do homem que matou brutalmente cinco mulheres na região Leste de Londres no outono de 1888 permanece sendo um mistério. Já foram apontados mais de 200 suspeitos. Mas para o especialista em Jack, o estripador Trevor Marriott, um ex-especialista da Divisão de Homicídios da Polícia britânica, o comerciante alemão Carl Feigenbaum é o principal suspeito.
Condenado por ter assassinado a sua senhoria em Manhattan, Nova York, Feigenbaum morreu na cadeira elétrica na prisão de Sing Sing, em 1894. Seus advogados também suspeitavam que ele teria sido Jack, o estripador. Não existem fotos de Feigenbaum. Por isso, Marriott criou um retrato falado para o programa de TV da BBC National Treasures Live, a partir das descrições contidas na ficha de Feigenbaum do período em que ele estava em prisão preventiva.
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